SOMOS ESPÍRITOS IMORTAIS

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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Transformando Perda em Saudade.

Ausência

                                                                                
                                                     Carlos Drummond de Andrade


                                             Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres,
Porque ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.


 


Fonte: Livro- Cura Espiritual da Depressão
Autor: Alírio de Cerqueira Filho
As perdas, em nossa cultura, são fatores ligados à depressão. Podem acontecer em várias áreas, tais como: perda de um ente querido, perdas financeiras e de posição social, dentre outras. Podem acontecer também devido a frustrações amorosas, desemprego, divórcio, aposentadoria, menopausa, situações nas quais a pessoa é convidada a uma mudança em relação ao estado anterior.

Espiritualmente, podemos classificar essas perdas como provas que propiciam convites ao desapego, mas que, devido ao despreparo diante da vida, da predominância dos valores materiais em detrimento dos valores essenciais e transcendentes, levam a pessoa a experimentar uma situação bastante comum e freqüente: a não aceitação daquela perda.

Diante das perdas temos sempre duas escolhas: aceitação ou a não-aceitação da perda inevitável. Quando movida pelo apego a pessoa não aceita a perda, entra em desespero por ver o pior lado. A pessoa se recusa a aprender a lição que a vida está convidando a tomar.

Quando se perde alguma coisa a pessoa está sendo convidada aos testes de desapego. Mas devido ao apego, pode experimentar um estado íntimo de profunda depressão, abatimento do ânimo, num movimento de desistência da vida, de enfraquecimento das forças que pode variar de alguns meses, até 2 ou 3 anos, até que ela possa superar essa sensação marcante da perda.

A perda de entes queridos pela morte é uma das mais difíceis. Os relacionamentos na vida material são transitórios, impermanentes, devido à própria condição de vida no corpo. Isso é tão forte que o apego passou a significar amor.

O que gera apego à relação transitória é a ignorância. As pessoas que não sabem que a vida no corpo na é a vida real, que é apenas um reflexo da vida espiritual , sofrem muito com aquilo que sabem ser o inevitável, que é a morte de um ente querido. Elas acreditam que, ao morrer, acaba tudo e por isso se apegam intensamente ao impermanente, à relação física que tem com o ser querido. Aqueles que são espiritualistas e até espíritas, que já superaram a ignorância do não saber e já sabem que a verdadeira vida é a espiritual, e que a morte não é o fim da vida, as vezes o fazem apenas racionalmente – pois ainda não superaram a ignorância do não-sentir , sabem dessa realidade, mas não a sentem.A mente está distante do coração, não basta saber , é necessário sentir que a vida não termina com a morte do corpo, e que as ligações de pessoa a pessoa são espirituais, baseada em elos de amor, e não de corpos.

Nesses casos a pessoa, rapidamente, consegue superar a dor, entendendo a ausência que se perpetuará em eterna saudade; o que só pode ser conseguir com amadurecimento espiritual.

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