Sem dúvida, o aborto pode ser encarado sob diversos
aspectos e causas diversas, devido a interesses
pessoais, problemas econômicos, imprudências sociais, medo,
comodidade, perda de estética física ou,
mesmo, por crueldade materna. Aliás, ainda há o aborto fruto
de certa vingança espiritual. Quando o ódio
impera no subjetivismo da alma milenária, ao pressentir em
gestação, no seu ventre, o adversário pretérito,
expulsa-o, dominada por estranho rancor. Embora ainda i
ignorante das causas dessa aversão instintiva e
profunda no seu ser, a mulher não suficientemente
cristianizada jamais admite gerar um corpo físico para
quem a magoou no passado. A presença do espírito
adversário em suas entranhas atiça-lhe as reminiscências
pregressas, evocando a tragédia, a loucura ou, até mesmo, o
suicídio, ocasionados pela ação do outro em
sua vida mental e espiritual. Naturalmente, pois, sempre é um
infanticídio, e está escrito: "Não matarás".
Porém, as leis humanas são reflexos das espirituais e, se
examinarmos os códigos legais, vamos encontrar as
circunstâncias atenuantes e agravantes e mesmo termo "por
justa causa". São agravantes os motivos fúteis: a
estética materna, o controle da natalidade e o temor da não
aceitação do grupo social.
RAMATÍS