TRANSFORMANDO PERDA EM SAUDADE
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres,
Porque ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.
Humanos que somos fugimos das perdas porque elas nos apontam a finitude, o nunca mais. O homem desenvolve várias maneiras de suavizar as despedidas, das mais simples nem nos damos conta, não fomos criados para perder.
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